Piá
Piá é piá. Mas o que é piá para quem está acima do Trópico de Capricórnio?
Piá é menino, guri, criança mesmo. Corre a esmo. Esfola os joelhos. E foge dos conselhos. Apronta. Afronta. E ainda assim, é do bem.Piá é um universo. E vice-verso. Sem rima.Piá também aceita sobrenome. E o sobrenome, geralmente, é o nome do pai. Mas o pai é o único que não usa o sobrenome pro piá. Por exemplo, o Piá do João é assim chamado por todos, menos pelo João. O termo é usado, geralmente, quando estão todos na varanda e percebem que o piá esta perto demais do açude. Aí, alguém que não o João grita logo: “Piá do João, cuidado pra não cair na água!”. Só o grito é permitido. No máximo um levantar da cadeira. Mas sem aproximação, que isso é só pro João.Piá também pode ser pançudo. E nem por isso, barrigudo. Trata-se apenas de um piá que pensa que sabe mais do que sabe. Mas não sabe. E se mete mesmo assim onde não é chamado, implorando por uma bordoada que a lei não mais permite.No fundo, piá pançudo é tudo piá de bosta. E piá de bosta é piá de bosta. Tem mais é que ficar quieto num canto. Mas quem disse que fica? É piá, oras. E piá é tudo piá!
Postado por Nery Nader Jr às 14:14Follow @MegaZona
Zed’s Dead E William Wilson Também?
Não, o William Wilson só se recolheu. Após passar um certo tempo sendo assombrado pelo fantasma de Edgar Allan Poe, achei por bem deixar o bom e velho WW em paz.Mas ele continua vivo, soprando informações incongruentes e mensagens subliminares indecentes. Qualquer coisa, eu sempre vou poder usar a desculpa de que “ele me obrigou a fazer isso”.Esquizofrenias à parte, William Wilson parte para que eu possa alinhar a persona deste blog com a persona que assina o Geek Stop. Simples assim. Eu acho. Eu espero.
Postado por Nery Nader Jr às 11:22Follow @MegaZona
“Dezesseis Luas” (Richard LaGravenese)
Justamente quando eu achava que nada poderia ser pior do que os filmes da saga “Crepúsculo”, eis que surge este “Dezesseis Luas”.E olha que eu não fui vê-lo de má vontade. Esperava tão somente um filminho fraquinho, mas não esta bomba total.A boa vontade era tanta que durante os trinta minutos iniciais, aproximadamente, eu até que estava suportando tudo muito bem. Principalmente porque Ethan Wate (o fraco Alden Ehrenreich), aparentemente o narrador da história (aparentemente porque ele narra apenas uma parte, já que do meio para o fim isso não seria possível) mostrava potencial. O personagem parecia até ser um ser pensante, descolado e inteligente o suficiente para gostar de bons livros e filmes idem. O início do romance dele com Lena Duchannes (Alice Englert) também funcionou. Só que, alguns diálogos decentes depois, a receita começou a desandar. Penso que foi quando entraram em cena os caricatos Jeremy Irons (no piloto automático) e Emma Thompson (terrível, terrível). Ou então quando pipocaram alguns efeitos especiais desnecessários e toda aquela fauna familiar esquisita e chata, oriunda de alguma festa de Halloween de segunda.A partir daí o roteiro despirocou de vez. A coerência foi para o espaço. Saídas fáceis começaram a aparecer aqui e ali. E cenas constrangedoras, de pura vergonha alheia, se acumulavam sem pudor: fogo na placa, neve no jardim, reflexos azulados no espelho, olhos dourados (e malvados), livros que se fecham sozinhos, caras e bocas do mal. Tudo para tentar dar força a um romance fraquinho e aguado. E longo demais em um filme longo demais.Ao final, a única coisa que a gente não entende (e nem quer entender) é a razão do título nacional ser “Dezesseis Luas”. Tem a ver com a idade da heroína? Só que então o filme não deveria se chamar “Dezesseis Solstícios de Inverno”?Beautiful Creatures (2013)Direção: Richard LaGraveneseRoteiro: Richard LaGravenese, Kami Garcia e Margaret Stohl (livro)Elenco: Alden Ehrenreich, Alice Englert, Jeremy Irons, Emma Thompson, Viola Davis, Emmy Rossum
Postado por Nery Nader Jr às 18:08Follow @MegaZona
“Hitchcock” (Sacha Gervasi)
"Hitchcock" é um filme delicioso. Perceba que, ao dizer isso, não estou afirmando que ele é um ótimo filme. É apenas correto. A direção é correta. Os atores estão bem. A trama flui sem percalços. A ambientação é agradável. As escolhas artísticas, enfim, são acertadas, mas nunca surpreendentes.E ainda assim o filme é delicioso. Principalmente (e talvez unicamente) para quem ama cinema. Porque são os pequenos acontecimentos envolvendo a produção de uma das obras-primas do mestre do suspense ("Psicose") que tanto empolgam. São os mitos, as fofocas de bastidores, o folclore ao redor do cineasta e de suas musas que tanto agradam os cinéfilos e os fazem rir das brincadeiras, das referências e das homenagens presentes no roteiro.A trama envolvendo o relacionamento de Hitch com sua esposa Alma quase não interessa. Serve para fazer o filme andar, em sua forma mais convencional, com atos bem definidos, problemas a serem resolvidos e desfechos satisfatórios. Nada capaz de criar um envolvimento emocional maior.Porém, é nos diálogos certeiros, na obsessão desmedida na medida certa e nos meandros cinematográficos que reside o charme de "Hitchcock". Anthony Hopkins está muito bem, ainda que a maquiagem se esforce sem sucesso em transformá-lo no diretor. Em momento algum eu consegui enxergar o Hitchcock conhecido pelas pontas em seus filmes, pela autopromoção e por apresentar o "Alfred Hitchcock Presents" na TV. Mas ainda assim, o tom interpretativo escolhido por Hopkins me agradou. Helen Mirren também está muito bem. É fácil entender todos os dilemas e escolhas de sua personagem. Gostei ainda da candura da Janet Leigh de Scarlett Johansson e da amargura da Vera Miles de Jessica Biel. E o Anthony Perkins de James D`Arcy é simplesmente estarrecedor em sua semelhança, tanto física quanto comportamental, mesmo contando com um pequeno tempo de tela.A direção de Sacha Gervasi é apenas burocrática. Há diversas homenagens visuais e até a tentativa de criar algum suspense nos momentos paranóicos de Hitch. Mas nada além do padrão.De qualquer forma, quem gosta de cinema e conhece um pouco de sua história vai achar "Hitchcock" delicioso mesmo sem ser cinema de alta qualidade. E quem não conhece nada sobre o gênio pode até se interessar pela obra e descobrir "Psicose" e outras pérolas. E se o filme for capaz disso já podemos dizer que é um bom filme.Hitchcock (2012)Direção: Sacha GervasiRoteiro: John J. McLaughlin, Stephen Rebello (livro)Elenco: Antonhy Hopkins, Helen Mirren, Scarlett Johansson, James D`Arcy, Jessica Biel, Danny Huston, Tony Collette
Postado por Nery Nader Jr às 15:57Follow @MegaZona
“Colegas” (Marcelo Galvão)
“Colegas” é um filme bem-intencionado. Mas você conhece o ditado...A premissa é ótima: três jovens com síndrome de Down fogem do instituto onde viveram desde crianças em busca dos seus sonhos. Stalone (Ariel Goldenberg) quer conhecer o mar, Aninha (Rita Pokk) sonha em se casar com um cantor e Márcio (Breno Viola) quer pura e simplesmente voar. Na fuga, roubam o Karmann-Ghia conversível do jardineiro e se aventuram incorporando personagens dos filmes que assistiram, repetidas vezes, durante o período que trabalharam na videoteca do instituto.O filme tem bons momentos, algumas piadas ótimas e referências idem. Porém, existem excessos e banalizações que quase põem tudo a perder. A locução do Lima Duarte, por exemplo, que no início do filme explica o passado e começa a delinear o futuro de cada um dos heróis, sempre de forma divertida e dinâmica, vai se tornando cansativa e repetitiva à medida que o filme avança. Além disso, muitas das piadas, principalmente com os coadjuvantes, são toscas e sem-graça. O humor mambembe desvia-se das sutilezas, mas também das gargalhadas. Os trechos com os telejornais e programas de TV soam falsos e travados. Sensacional mesmo só a entrevista com o Policial Rodoviário – hilária!Existem ainda as referências cinematográficas, que às vezes funcionam, mas na maior parte do tempo surgem deslocadas e forçadas, como quando remetem gratuitamente a filmes como “Psicose” ou “Taxi Driver”. Melhor sorte têm as referências mais sutis a “Blade Runner” ou a “Uma Mulher para Dois”.O filme apresenta cenas naturalmente poéticas e outras forçadamente poéticas. E muitas panorâmicas das belas locações parecem se prolongar indefinidamente tão somente para aumentar a metragem do filme. O clímax policialesco também soa forçado, ainda que o desfecho seja bem legal.Temos ainda, com destaque, a trilha sonora repleta de clássicos (e não-clássicos) de Raul Seixas. Algumas canções se inserem bem no contexto das cenas. Outras entram deslocadas. Mas de qualquer forma, ouvir “SOS” ou “Tá na Hora” em um filme é sempre legal.Ao final da exibição me pus a pensar que, talvez, com algumas escolhas diferentes, “Colegas” pudesse se tornar antológico. Mas é tão somente correto, com muitos altos e baixos.Colegas (2012)Direção: Marcelo GalvãoRoteiro: Marcelo Galvão, Ricardo BarrettoElenco: Ariel Goldenberg, Rita Pokk, Breno Viola, Lima Duarte
Postado por Nery Nader Jr às 15:42Follow @MegaZona
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