segunda-feira, maio 31, 2004


Oração Do Dia

"Super-Homem é como a América se vê, Batman é como o mundo vê a América." (Michael Caine, o Alfred do vindouro "Batman Begins")

Postado por Nery Nader Jr às 15:54

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Frio



Não vou falar do frio. Acho um saco entrar no elevador e alguém falar do frio. Ou chegar no trampo e ouvir outro falar do frio. Ou pegar um ônibus e ter mais um falando do frio. Já eu não sou assim: eu não falo do frio. Me recuso a falar do frio. Falar do frio? Não, não mesmo.

Postado por Nego Lee às 13:57

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sexta-feira, maio 28, 2004


A Prova Do Crime



Ó nóis nos Pixies, finalmente. E com direito a foto apagadona do show, mais infográfico desenhado/numerado e legendas: 1 - POT’S; 2 Carcamano; 3 - Lila; 4 - Andressa; 5 - Copo; 6 - Alexandre; 7 - Heidy; 8 - Eu; 9 - Jorge; 10 - Leleco; 11 - Outro copo; 12 - Luzinhas.

E pra quem quer mais letrinhas, algumas das melhores sobre o iletrável show dos caras (colaboração da Carla).

Postado por Nery Nader Jr às 17:45

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Querido Diário



Cheguei anteontem de São Paulo e olha só que coisas ultra-hiper-super-supimpas rolaram na viagem:

- Na ida, terça à noite, Guarulhos estava sem teto e, graças ao fato, Congonhas ganhou uma fila de aeroplanos superlotando o céu da terra da garoa e obrigando o meu avião a praticar rodízio entre as nuvens à espera de autorização para pouso. Girocóptero pra lá, girocóptero pra cá, e o que seria uma simples avoada de 45 minutos virou uma saga de quase o triplo de tempo. Obviamente, enjoei.

- No caminho para o hotel, observo pela janela do táxi a fachada de uma clínica de estética ou algo assim, que ostentava a seguinte, simpática e singela faixa promocional: "Depilação com mel (axilas e virilha) = R$ X,00. Grátis: um buço.". Pô, que prêmio chocho, pensei eu. Ainda se fosse uma buça.

- Ao atravessar uma rua a mór de pegar um táxi, enrosquei a alça da mochila na placa de um carro estacionado e, devido a força de um apressado e delicado puxão, entortei o metal da dita cuja pela metade e quase carreguei o pára-choques junto. Como eu não sabia o que fazer, fugi, ué. Algum(a) paulista deve estar elogiando minha progenitora até agora.

- Na volta, quarta à tarde, foi a vez de Curitiba inventar moda e presentear todos com deliciosas turbulências, servidas em abundância junto com o sanduba, a Coca-Cola e o pão-de-mel. Além da meda daquilo ser um dos ciclones gaúchos subindo a serra, ainda me futriquei com o fato da minha cidade modelo acusar menos de dez graus no termômetro e pegar nosotros de calças curtas assim que pisamos/beijamos o solo.

Como você pode ver, ultimamente minha vida está ultra-hiper-super-emocionantona. Adrenalina a mil.

Tchau.

Postado por Nego Lee às 15:56

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A Relatividade Dos Sonhos



Capítulo V - Anêmona

A sacerdotisa relatou ao capitão que uma forasteira havia sido recebida no Castelo Diamante. As descrições desta forasteira fizeram a esperança voltar aos lábios do atormentado capitão:

- Anêmona, ele sussurrou.

- O castelo não fica longe, disse a sacerdotisa. Devemos seguir pelo Vale do Nada.

A ansiedade tomava conta do capitão e, por certo, de todos os que o acompanhavam. A sacerdotisa, mantida una devido aos seus encargos, começava a sentir uma estranha atração pela pessoa errada, e sabia disso. O caminho era tortuoso e o capitão pôde ver, no alto de um monte próximo, as três damas, e elas estavam rindo. Rindo dele. O destino se pronunciava soturno à frente.

Horas depois, chegavam aos portões do castelo.

- Anêmona, bradou o capitão. Estás aí?

No alto da muralha surgiu a doce figura de sua amada, acompanhada de um homem mais velho, com coroa e cetro, e com uma tez quase tão transparente quanto as paredes do castelo. Anêmona respondeu, tristemente:

- Capitão, eu lhe peço, vá embora.

- Se é o que me pedes, eu irei. Mas antes me responda. Você ainda me ama?

Silêncio e hesitação. Fatais. O castelo começa então a ruir. O rei cai morto. O capitão sobe as escadas desmoronantes e então vê Anêmona.

Lá estava ela, no alto, empunhando a espada Junir, vendo seu mundo desabar. Urrava de raiva e fúria cega. E o capitão, burro como só um homem pode ser, ajoelhado aos seus pés.

- Empunhe sua espada, homem! - Bradou Anêmona.

O capitão desembainhou sua Luz-e-Trevas e passou a se defender dos golpes de sua amada.

- Duas vezes, capitão. Duas vezes fizestes meu mundo ruir. O destino não te alertou? Não havia retorno depois do que fizestes. Mas não, és teimoso e orgulhoso. Precisavas me jogar no chão outra vez. Mas esta será a última, eu te juro.

- O que fiz desta vez?

- Matou alguém que se importava. O rei me recebeu aqui sem perguntas. Me amou sem perguntas. Mas quando você chegou e me fez hesitar ante o seu questionamento, o rei me viu indo embora com você. Ele não suportaria tal perda e, frágil como era, pereceu. E seu castelo, sendo parte dele, caiu junto.

- Mas eu...

Era tarde. Anêmona jogou longe a Luz-e-Trevas, cravando a espada Junir no peito de seu único amor. O capitão caiu e ela, despojando-se de sua espada, correu em prantos rumo ao nada qualquer que o mundo ainda reservava para ela.

A sacerdotisa tomou seu amor - algo tão novo, fantástico e lindo - nos braços e chorou. Um último beijo e então foi a morte quem abraçou o capitão. Foram muitas lágrimas. A sacerdotisa queria jurar vingança, mas não o fez, pois sabia que a vingança existia somente naquele mundo bárbaro e vil, ao qual ela não pertencia.

******

Epílogo

O mundo nunca mais viu Anêmona. A sacerdotisa buscou morada nas Terras Místicas. Astroblast levou-a até lá em segurança. Então a nau partiu, triste e silenciosa, com destino ignorado, em busca de viagens e aventuras que a tripulação sabia que nunca mais seriam como antes.

Postado por Nery Nader Jr às 11:02

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Você é idiota? Ocupe-se.

Postado por Nego Lee às 08:49

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quinta-feira, maio 27, 2004


Nico Será Tema De Filme



Já não bastasse o mala do Oliver Stone ter transformado a nórdica aveludada em uma chacrete chupisco no seu
"The Doors" (1991), agora essa. Me(r)da. Ninguém respeita mais nada mesmo.

Postado por Nego Lee às 14:33

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A Relatividade Dos Sonhos



Capítulo IV - O Ciclope

Confuso com aquelas emoções tão novas e contraditórias, a criatura de olho avermelhado e pele escura se aproximava do acampamento sem perceber os preparativos para a sua destruição.

A criatura de um olho só não era hostil. Só jovem demais. Apenas começava a dissecar os mistérios de sua própria natureza. Mas tudo que aqueles marujos sabiam é que um monstro de porte avantajado seguia em rota de colisão com a clareira onde estavam.

O ciclope parou a poucos metros dos homens e os fitou com um ar curioso. Ninguém soube ao certo quem atirou a primeira lança, mas logo depois vinte homens tentavam a todo custo matar a besta. No seu desespero e vã tentativa de defesa o ciclope arremessou Agnon e outro jovem marujo contra uma rocha. Os dois caíram mortos. A criatura não controlava direito sua força. Num ímpeto de coragem, Astroblast ficou frente a frente com o monstro, cravando sua espada diretamente no coração da fera.

Antes de tombar, o ciclope voltou seu olho para a sacerdotisa, e as agonias e dúvidas da besta invadiram telepaticamente a mente dela. Revoltada, ela afastou os guerreiros e, ajoelhando-se junto à fera, começou a chorar. O capitão não entendia por que chorar por um monstro que quase destruiu a todos. Mesmo assim, se ajoelhou ao lado dela.

- Ele não merecia isso, disse ela sem falar. As lendas são cruéis com as bestas. Pintadas como feras sem coração, elas pouco podem fazer. São feias, não falam a língua dos homens, e são grandes e tolas a ponto de tentarem se aproximar de vocês, os verdadeiros animais.

As lágrimas pararam por alguns segundos. Tomando fôlego, ela continuou:

- Eu era a sacerdotisa do Templo de Spinrad. Inexperiente ainda. Havia feito alguns prodígios e previsões e tudo corria bem. Mas no último verão nossas plantações não vingaram. Culpa dos deuses. Segundo a tradição, eu deveria sacrificar três virgens para agradar Uriah, o deus verde. As três meninas me foram entregues à noite, para a preparação da cerimônia do dia seguinte. Mas eu não conseguiria realizar tal ato de selvageria. Sem outra alternativa, desvirginei as meninas com um bastão de ouro. Não houve sacrifício no outro dia, mas uma semana depois, novas virgens foram deixadas no templo. Repeti o ato, mas um espião me delatou e fui expulsa, não sem antes receber isto.

Tirando suas vestes, a estrela de sete pontas, sinal dos proscritos, surgiu no peito da sacerdotisa. Havia sido feita com ferro me brasa.

O capitão a abraçou. Queria falar muitas coisas, mas se calou. Odiou-se por matar o ciclope. Odiou-se pela sua ignorância. Odiou-se por sentir-se bem ao lado daquela mulher. E então, por um segundo, esqueceu sua busca cega.

Mas só por um segundo.

Postado por Nery Nader Jr às 11:39

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quarta-feira, maio 26, 2004


Oi.

Postado por Nego Lee às 17:05

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A Relatividade Dos Sonhos



Capítulo III - A Sacerdotisa

O Oceano de Fogo era coberto de lendas e, sem dúvida, aquelas que enalteciam a sua violência contra as embarcações que adentravam seus domínios tinham um fundo de verdade, que os marujos do capitão provaram na pele, logo no primeiro dia. Velas quebradas, homens ao mar, ondas gigantescas, relâmpagos e trovões - tudo foi contornado, ao preço de seis ou sete vidas. E no quarto dia o mar serenou e as Terras Não-Andadas foram avistadas.

Astroblast sorria ao olhar aquelas planícies verdejantes, mas internamente seu coração guardava dúvidas torturantes. Como Anêmona poderia tê-las alcançado sozinha num pequeno barco vela-e-remo?

A nau ancorou e dois botes chegaram ao solo, que o capitão beijou num ritual corriqueiro. Ao todo dezoito homens, escolhidos a dedo por Astroblast, se embrenharam na mata junto com seus líderes de expedição, levando na bagagem comida, água e muito medo disfarçado de coragem.

Vagaram por um dia inteiro sem ver uma alma viva, e acabaram por montar acampamento numa clareira.

Todos dormiam, exceto Nexcilor, que fazia as vezes de vigia, quando a mulher surgiu da escuridão e caiu aos pés da fogueira. Nexcilor deu o alerta e seis soldados montaram guarda em pontos estratégicos. Lentamente a mulher foi acordando, olhando assustada para a multidão de homens à sua frente.

- Quem é você, mulher? - Bradou Astroblast.

Silêncio. Apenas o terror estampado nos olhos da mulher.

- Meu capitão, ela é uma bruxa. Veja as tatuagens nos braços. Isso vai trazer má sorte. Devemos matá-la.

- Cale-se, Agnon. - Interrompeu bruscamente o capitão. - Não temos o direito de matar essa pobre mulher. Luxcius, traga comida, ou ninguém ainda percebeu que ela está faminta?

A mulher comeu com avidez o que lhe foi oferecido. Agnon olhava com reprovação. Então, com a voz pausada e firme, o capitão perguntou:

- Mulher, você entende nossa língua? Quem é você?

A mulher olhou nos olhos do capitão, como se estivesse decifrando a frase, e ninguém poderia duvidar que o fizesse mesmo, e então falou:

- Eu... eu sou... eu era a sacerdotisa do Templo de Spinrad. Mas fui expulsa e...

Fraca ao extremo, a sacerdotisa tornou a desmaiar, desta vez nos braços do capitão, e assim ficou até o sol raiar. Muitos marujos se perguntavam como poderia ela falar a língua deles. Mal sabiam que ela não falou em ikxiê, mas assim os fez pensar.

O dia começou com o alerta do vigia. Um a criatura aterradora se aproximava do acampamento.

Postado por Nery Nader Jr às 15:22

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terça-feira, maio 25, 2004


A Relatividade Dos Sonhos (Cover)



Pegando carona e mudando de assunto: eu sempre sonho com coisa esquisita. Eu, você e todo mundo, bóbvio. Só que ontem, de novo, de novo e de novo, meu sonho se repetiu. Nada de andando pelado na multidão sem conseguir se esconder. Nada de caindo do abismo sem ter onde segurar. Nada de sendo segurado por mãos invisíveis sem poder se soltar.

Só o sonho de sempre: eu, perdendo dentes.

Dentes despencando, alguns só a coroa, outros com raiz, mas todos se pirulitando das gengivas, escorregando pela língua e cometendo um suicídio meia-boca rumo ao chão. Ô, saco. Ô agonia.

E ocê, quando sonha estranho, sonha o quê?

Postado por Nego Lee às 15:12

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A Relatividade Dos Sonhos



Capítulo II - Astroblast

Astroblast era o melhor amigo do capitão. Sabia do seu amor por Anêmona, mas tratou de lembrá-lo dos fatos que a fizeram abdicar deste amor e partir para as Terras Não-Andadas. Mas o capitão estava obstinado. Astroblast percebeu que a visita às Terras Místicas só havia piorado a situação. Ele conhecia também o medo dos marujos ante o Oceano de Fogo, que tinha este nome não porque suas ondas eram de chamas eternas, mas devidos às tormentas freqüentes e violentas ao extremo. Muitos aventureiros lá pereciam todo ano e as lendas antigas contavam que suas almas eram enviadas ao fogo do inferno como punição pela ousadia.

Mesmo diante do pavor, a tripulação respeitava Astroblast. Talvez até mais do que o capitão. A decisão cabia a ele e todos, por maior que fosse o medo do desconhecido, a acatariam.

Ainda assim, Astroblast se questionava em silêncio. Valeria a pena envolver 150 homens numa jornada por mares e terras desconhecidos, passando por cima de lendas e temores, tudo por causa do amor de um homem por uma mulher - mulher esta que pode até estar morta?

No seu âmago, a pergunta já tinha resposta.

Os preparativos para a viagem começaram no dia seguinte.

Postado por Nery Nader Jr às 11:35

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segunda-feira, maio 24, 2004


Oração Do Dia

"Não estou doente. Estou partida. Mas me sinto feliz por continuar viva enquanto puder pintar." (Frida Kahlo)

Postado por Nego Lee às 11:30

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(A moda agora são as histórias monumentais, os épicos desproporcionais, estourando orçamentos, se alongando além do tempo, com nada mais do que lingüiça a inchar-lhes os espaços vazios. O MegaZona, mantendo sua tradição de maria-vai-com-as-outras, também passa a investir nas histórias épicas de forma esdrúxula feitas sem métrica nem rima rápida. E pra encher ainda mais o saco, apresenta tal feito mal-feito em capítulos.)

A Relatividade Dos Sonhos



Capítulo I - O Capitão

Sentado à beira do destino, o capitão pondera sobre fatos passados e as possíveis conseqüências destes no horizonte que contempla. Queria até mesmo remendar alguns atos-mazela cometidos por ele no passado recente, e que produziam aquelas nuvens cinzas sobre o poente. Mas era tarde.

Levantou-se e beijou o solo sagrado. Às três damas que o esperavam no pé do morro ele acenou à distância e preferiu não desferir nenhuma pergunta. O medo o fez cauteloso.

Entrou na embarcação e ouviu os últimos acordes que um marujo tocava no seu violino-do-mar. Aquela música, ele sabia, pertencia ao futuro. O vento por certo sussurrou ao ouvido do jovem músico. Era necessário sair logo dali, antes que as coisas ficassem muito mais complicadas do que uma simples música de vanguarda.

As velas inflaram com o vento das Terras Místicas e a nau partiu. O capitão havia tomado uma decisão. A mais estúpida disponível, ele pensou. Era contra tudo que o destino antecipara. Era o caminho das pedras, dos vagalhões, da morte. O capitão havia cedido ao homem, e estava indo resgatar seu único amor, mesmo sem saber se ele aprovaria tal resgate.

Só faltava comunicar à sua tripulação e convencer todo mundo a enfrentar as profundezas do Oceano de Fogo e os mistérios das Terras Não-Andadas.

Postado por Nery Nader Jr às 11:04

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sexta-feira, maio 21, 2004


Roda, Roda, Roda E Avisa



Um minuto pro comercial: eu gosto de criar pra rádio. De verdade. Eu conheço vários redatores publicitários, mas lembro de raros redatores publicitários que se encantam tanto com o dial como eu. Sejam spots (comerciais de rádio, digamos, "normais", naquele formato mais comum de locutor-ou-diálogo + trilha + assinatura), sejam jingles (aquelas musiquinhas vendedoras), eu gosto de criar pra rádio. Pôrra, eu já disse isso, burro redundante... E pra ilustrar (?) o que digo, posto agora um dos meus roteiros preferidos de gaveta, isto é, aqueles que o cliente não aprovou mas a gente, escrivinhador e pai da idéia, gosta e guarda assim mesmo.

O briefing-tema pra criação era a feijoada sabadal no restaurante de um famoso hotel cinco estrelas da cidade. O roteiro saiu assim:

***

Cliente: Hotel XPTO
Assunto: Feijoada de Sábado
Material: Spot
Formato: 30”

(Abre com a voz do "Lobo Mau", como se ele estivesse falando na frente da casa d’Os Três Porquinhos. A cada frase repetida, ele vai se cansando, ficando mais e mais ofegante, até se engasgar e perder completamente o fôlego.)

(Lobo Mau:)

Eu vou soprar e soprar até derrubar a sua casa! Pfuuuuuuu...

Eu vou soprar e... Puf... Soprar até derrubar a sua casa! Pfuuu...

Eu vou soprar e... Puf... Soprar... Puf... Até derrubar... A... Sua Casa... Pfuuu...

Eu vou soprar e... Puf... Soprar... Gasp! Gasp! Argh...

(Cai para BG.)

(Locutor:)

Existe um jeito mais fácil de comer um porquinho.

(Entra trilha.)

(Assinatura.)

Feijoada de Sábado do Hotel XPTO.
Reservas, fone 000-0000.

***


Clientes, bah.

(Aviso: Se alguém chupar esta idéia, tomara que o pinto caia. E isso vale tanto pra homem quanto pra mulher.)

Postado por Nego Lee às 18:58

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"Cine Majestic" (Frank Darabont)

Outra dica de filme velho (esse nem tanto) pro seu fim de semana.



Certos filmes, não sei bem porque, eu demoro uma cara para ver. Tipo este "Cine Majestic". Talvez por ter lido coisas demais a respeito dele, geralmente num tom não muito condescendente. Mas para mim todas essas afirmações caíram por terra ao ver o filme. Senão vejamos:

- "O filme não chega nem aos pés dos outros trabalhos de Darabont." Péééé! Errado. O filme é tão bom - e tão longo - quando "Um Sonho De Liberdade" ou "À Espera De Um Milagre". E mesmo com uma narrativa lenta e um tanto quanto fantasiosa, consegue manter o interesse até o final.

- "Jim Carrey não convence." Quantas vezes ainda teremos que ouvir isso? É claro que o cara convence. Eu nem chego mais a vê-lo como ator cômico num filme assim. Ele consegue transmitir perplexidade e oscilações de caráter de forma marcante.

- "O filme é americanófilo e moralista." Mesmo se revelando uma fábula moral, o filme não é nem moralista nem doutrinador. E por mais que toque o hino dos amerdicanos e defenda a tal liberdade na América, o filme alfineta políticos, produtores de cinema e outros atravancantes básicos da sociedade. Sem falar na ironia sempre presente nas entrelinhas dos acontecimentos.

- "Este é o típico "Cinema Paradiso" dos americanos". Não mesmo. Ainda que a reconstrução do cinema e o amor pelo mesmo sejam explorados, não são nem de longe pontos nevrálgicos do filme. E não têm grande importância no desenrolar da trama.

Como deu pra notar, eu e as pessoas que escreveram tais frases não assistiram ao mesmo filme. E é por isso que eu gosto tanto de cinema. Aliás, o Frank Darabont também, como dá pra perceber nas hilárias seqüências do filme dentro do filme, com o melhor canastrão do cinema nas últimas décadas - Bruce Campbell.

Por fim, não dá pra não imaginar o próprio Darabont no papel do Jim Carrey bem no começo do filme, vendo seu roteiro de "Indiana Jones 4" ser totalmente rifado pelo mala - e olha que eu gosto do cara - George Lucas.

Postado por Nery Nader Jr às 16:19

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Sons animais pelo mundo.

Postado por Nego Lee às 10:23

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quinta-feira, maio 20, 2004


"Ronin"(Frank Miller)



Como é que esta HQ ainda não virou filme?

Tal pergunta não saia da minha cabeça enquanto eu relia "Ronin". Afinal de contas, "Ronin" é um filme em quadrinhos. Frank Miller criou uma obra instigante, criativa e complexa que parece ter sido concebida para a tela grande. Não que isso a torne frágil enquanto HQ. Na verdade "Ronin" revela-se até hoje inovadora em termos de diagramação, argumento e arte propriamente dita. Miller misturou mangá e Moebius no mesmo caldeirão em ebulição, acrescentando doses cavalares de mitologia, cultura japonesa, biotecnologia e referências mil. Tudo isso sem abrir mão de um estilo próprio, enérgico e muito criativo. Estilo que Miller parece ter perdido ao longo do tempo, vide o engodo que é o tal "Cavaleiro Das Trevas 2".

Mas por que afinal está HQ tem tudo para virar filme?

1. A narrativa. Miller simplesmente aboliu os balões de pensamento e os recordatórios, deixando tudo por conta dos diálogos, sem falar nas várias - e ótimas - seqüências de ação sem nenhum blá-blá-blá. Desta forma, "Ronin" apresenta uma adaptabilidade bem maior do que outras HQs clássicas cogitadas para virar filme, como "Watchmen", por exemplo, que abusa da metalinguagem, da multidão de personagens e das tramas paralelas, complicando qualquer adaptação.

2. O argumento. Em tempos de "Matrix" como paradigma, onde realidades paralelas e kung-fu dão a tônica, nada melhor do que uma história onde a Matrix existe somente na mente de um ser em especial, e onde as artes marciais se encontram plenamente inseridas na trama, se justificando por completo. E onde sobram outros elementos interessantes, como a "computadora" Virgo - a máquina mais a foder desde HAL 9000. Temos ainda a biotecnologia - numa época em que ninguém pensava em biotecnologia - que dá vida ao Complexo Aquarius, tornando-o um personagem a mais - e muito ameaçador. E por falar em personagens, Miller cria interessantes coadjuvantes, que enriquecem a trama e permitem sua evolução de forma natural.

3. O timming. Tudo tem seu tempo nesta história, das seqüências de pancadaria aos momentos de calmaria. A ação é recortada, mesclando espaço e tempo de forma ágil e inteligente. O ritmo é perfeito. Inclusive pra cinema.

4. As sacadas. Muitas idéias visuais pululam aqui e ali. O brilho das espadas voando no escuro dos esgotos de Nova York, por exemplo. A concepção gráfica do Complexo Aquarius. A tentativa de desligar Virgo, remetendo descaradamente a "2001 - Uma Odisséia No Espaço". O blecaute. O acerto de contas no bar. O duelo cavalo X motocicletas. E muito mais.

5. Contemporaneidade. Para uma história parida há mais 20 anos, "Ronin" é mais atual do que nunca, ainda que futurista. Tudo bem que uma hecatombe nuclear parece não estar mais na pauta do dia, mas quem precisa dela para chegar ao estágio de barbárie com que a civilização é apresentada na mini-série. Tirando umas breves referências à extinta União Soviética, o restante se revela incrivelmente pertinente para o momento atual.

Mas é claro que "Ronin" não deve virar filme, mesmo com todos os elementos para se consolidar como um clássico da ficção científica na sétima arte. Afinal, pra quê adaptar histórias boas se existe tanto lixo na literatura, quadrinhos e games só esperando pra virar lixão cinematográfico?

Postado por Nery Nader Jr às 15:38

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Dos Outros



Perfume De Mulher

Conheci aquela garota não sei aonde. Tinha um sorriso malicioso nos lábios. Mal fomos apresentados e ela já foi tirando a roupa. Eu, estático no sofá. Sólido e duro (com o perdão da palavra).

Comecei a ensaiar alguma intimidade, tentando esconder minha timidez (esqueci de falar). Só que ela sabia de tudo. Elas descobrem. Como eu não sei. Dançando feito odalisca, retirando peça por peça de roupa, ia crescendo (desculpe!) meu desejo ardente.

Passei a mão no whisky, tentando amenizar aquela vontade incontrolável que batia freneticamente às portas do meu zíper. Seu corpo, pernas e seios estavam harmoniosamente dispostos, fazendo me lembrar daquelas pinturas das aulas de História da Arte, de péssimo e duvidoso gosto. Imaginei como seria aquela noite, calculando palavras e atitudes, do tipo agora sim, agora não, tira mão daí e outras. Ela parecia não se importar com nada.

Não aguentando mais, já nua e devidamente excitada, ela convida enfim:

- Vamos para cama!?

Levanto, desligo o vídeo e vou dormir.

(Texto pré-histórico do Leleco [ex-Ferri-T], amigo pré-histórico do Meditabundas.)

Postado por Nego Lee às 11:10

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quarta-feira, maio 19, 2004


Quer saber com quantas referências se faz um começo de filme? Veja os primeiros 300 segundos de "Shrek 2".

Postado por Nery Nader Jr às 15:16

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1



Por que sei de coisas idiotas e falo delas? Por que reconheço o trecho de "Veludo Azul" na música "(Gotta Hold) My Five Years Old" do DeFalla? Ou a canção do filme "O Jardim Secreto" que está também na música do Harry? Aliás, what's fuckin' Harry? E daí que Texas Slim e Johnny Williams é tudo apelido de John Lee Hooker? Ou que "Cães de Aluguel" é do caralho mas é chupado de um filme chinês, coreano ou coisa assim?

Por que sei tudo isso, pôrra? Eu respondo. É porque sou blogueiro. Blogueiro, Paraná Clube e Cruzeiro. Mas antes de tudo é porque sou louco. Tá certo que é tudo bobagem, e eu sabia quando resolvi começar. Blog é arte morta, se não morta, condenada. E blogueiro é cabra marcado pra morrer, pau d'água que não sabe do amanhã e por isso vive tudo hoje. Ou depois de amanhã.

Mas o que vale mesmo é esse espírito, de pessoas que tentam ser gente, serpente, serponte. Esse tesão de correr atrás, valer a pena, de incomodar sem acomodar. De ser do it yourself always coca-cola e rum, como pirata, cowboy e on the rocks. Ir atrás e por trás delas - sempre elas - perfeitas ou não.

Quando o Mega acabar (e vai, ué), vai ser de excesso. De coragem, de talento, de mentira, de mulher, de sonhos e de saudades. Por isso, parabéns pra nós por/tanto, porque um ano de putaria, envelhecendo na cidade sem perder a ternura, não é fácil.

E como já disseram por aí, "Mega, o prazer é todo seu". Se nós é nós e o resto é não, viva tudo! Cerveja pra galera e pau pro leitor. Eu tô aqui pra viver. Sigam-me os bons.

Postado por Nego Lee às 15:03

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terça-feira, maio 18, 2004


WW Entrevista WW



Não, não estou falando de auto-entrevista. Até porque este post não chega nem mesmo a ser uma entrevista propriamente dita. O fato é que na sexta, antes do show do Wander Wildner no 92, eu tive a oportunidade de beber umas skóis com o baladeiro sangrento do rock nacional. O que eu resgato agora é um pouco daquela conversa entre o WW famoso e este WW zé-ninguém que vos escreve. A "entrevista" é na verdade uma colagem do pouco que eu consegui traduzir dos hieróglifos que desenhei num mini-bloquinho de papel, além de mais umas coisinhas guardadas na memória. Já a fota foi roubada daqui.

Pedreira/Gaúchos/Pixies - Aquele show dos gaúchos na Pedreira deve se repetir por Porto Alegre e interior do RS, com umas 18 músicas no lugar das 12 apresentadas. O show não foi 100% inédito porque Flu, Frank Jorge e Wander já tinham feito algo parecido numa apresentação tripla em POA, onde cada um fez o seu show em seqüência, além de tocar também no dos outros. Wander considerou o show da Pedreira impagável, até porque eles não receberam nada pela brincadeira - só passagens e estadia. Mesmo assim ele considerou um bom show, que foi planejado como um enfileiramento de clássicos. Com humildade, Wander disse que eles eram a surpresa da noite, alegando que ninguém estava ali pra vê-los. Sobre o Pixies, Wander disse se tratar de uma banda legal, com um show legal.

"Nunca fui punk" - Perguntei então sobre as influências musicais do vocalista-mor dos Replicantes. Nada de punk, para surpresa geral. Wander disse que influências de verdade só atuam sobre uma pessoa até os 15 ou 16 anos, e que por isso ele foi influenciado de verdade por baladas, violão, Jovem Guarda e coisas assim. Mas e o punk, pergunto eu? "Nunca fui punk", responde Wander. Os Replicantes soaram punk mesmo sem serem ou quererem, até porque eles não eram uma banda adolescente - prova disso é que ele passou a cantar no grupo quando já tinha 24 anos. O som saiu o que saiu, mas a imagem punk nunca foi concebida por eles, e sim pela famigerada mídia.

Baladeiro – Mas e o termo "punk-brega", não foi criado pelo Wander? Foi, pro release do primeiro trabalho dele, numa forma de definir suas baladas, sem esquecer da referência antiga do punk em seus trabalhos, inclusive no seu novo som. Mas Wander já se arrependeu do termo. Hoje ele se define como baladeiro. Disse ainda que seu show, apresentado pouco mais de uma hora depois, seria composto só de baladas (baladas bem pesadas, eu diria). Quanto ao disco novo, "Paraquedas Do Coração", Wander define-o como "o antídoto para 'Baladas Sangrentas'".

Pra fechar, só faltou falar um pouquinho do show. Além de clássicos como "Eu Tenho Uma Camiseta Escrita Eu Te Amo", "Quase Um Alcoólatra", "Mantra Das Possibilidades" e "Empregada", Wander estilhaça novas baladas contra as nossas vidraças auditivas, promovendo o seu "Paraquedas Do Coração". Mas pouca coisa soa estranha aos nossos ouvidos, já que "Eu Não Consigo Ser Alegre O Tempo Inteiro" rolava em shows antigos, enquanto "Hippie-Punk-Rajneesh" é clássicozaço dos Replicantes, "Candy" é aquele hit assobiável do Iggy Pop e "Eu Acredito Em Milagres" é versão porrada para a famosa porrada "I Believe In Miracles" dos Ramones. E não faltou peso e pogo do meio pro fim, naquele "Lugar Do Caralho". Agora é esperar pelo show de lançamento do disco novo dos Replicantes, em setembro, com Wander nos microfones.

Postado por Nery Nader Jr às 11:41

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(Sem Título)



Quando você quer chorar, só que não sai lágrima, mas rola peito afogado e nó na garganta, vale como choro? Quando você quer gritar, só que a voz não escapa, mas o queixo vibra e o gogó estremece, vale como grito? Quando você quer fugir, só que o corpo fica estático, mas com a alma fora e cabeça ausente, vale como fuga? Quando você souber as respostas, me diga, please. Sou todo ouvidos. E ser ouvido é o que restou para mim.

Postado por Nego Lee às 00:01

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segunda-feira, maio 17, 2004


Níverzona



O aniversário do blog foi ontem. Mas a festa foi antecipada para o dia 08 de maio. Obrigado pela presença.

Postado por Nery Nader Jr às 10:12

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Níverzinhu

Ontem, 5 graus no termômetro e 16 de maio no calendário, este blog, o MegaZona, completou um ano de vida. É pique, é pique, é pique.

Postado por Nego Lee às 09:41

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sexta-feira, maio 14, 2004


Os Incríveis



Você já viu o trailer? Pois é, esta animação promete.

Postado por Nery Nader Jr às 16:17

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HQs pra download grátis.

Postado por Nego Lee às 12:08

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Letras De Música Que Eu Posto No Meu Blog (Mesmo Sabendo Que Ninguém Lê Letra De Música Em Blog)



"Vou Fazer Cocô" (Garotos Podres)

Enquanto você de paletó e gravata aparece na TV
E diz coisas que não consigo entender
O que que eu faço?
Vou fazer cocô
O que que eu faço?
Vou fazer cocô
Você vive prometendo que tudo vai melhorar
Mas cada vez mais está pior a situação
Enquanto você promete
Vou fazer cocô
Enquanto você promete
Vou fazer cocô
Enquanto você sobe no palanque pra tentar enganar todo o mundo
Enquanto você fala
Vou fazer cocô
Enquanto você fala
Vou fazer cocô
O que que eu faço?
Vou fazer cocô
O que que eu faço?
Vou fazer cocô
O que que eu faço?
Ô, Ô, Ô, Ô...

(N.R. 1: Viram? Eu também não falei mais do Pixies. Ops, falei.)

(N.R. 2: Pra quem aprecia um som feio, sujo e malvado, Curitiba está botando pra foder neste mês de maio. Hodje tem Wander Wildner + amiguinhos no 92 e/ou Cachorro Grande + outros na Sociedade Portuguesa. E, amanhã, rolam Garotos Podres no Cine. Aos coturnos, moçada.)

Postado por Nego Lee às 11:43

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"Nada Pode Parar Os Autoramas" (Autoramas)

*

Ok, hoje eu não vou falar de Pixies. Vou falar do CD que eu comprei no dia do show do Pixies. E de quebra, vou remeter também ao show dos Autoramas no mesmo dia do show do Pixies.

Depois de dois discos lançados por um selo pequeno dentro de uma grande gravadora, sem que isso significasse boa distribuição e divulgação - eu, por exemplo, nunca encontrei os outros CDs deles por aqui -, os Autoramas lançam seu primeiro CD por uma gravadora independente, o poderoso "Nada Pode Parar Os Autoramas" - na verdade o tal foi lançado no meio do ano passado, mas tudo bem, legal mesmo foi encontrá-lo sábado ido numa barraquinha da gravadora Monstro no brique-bráque-brechó-fashion do CPF.

O CD abre com a vigorosa "Você Sabe", seguida da pop-niueive-pesada "Nada A Ver" e da divertida "Megalomania" - todas canções apresentadas no super-show dos caras. A identidade autorâmica é gritante em cada faixa: riffs ganchudos, baixo pesado, bateria bem socada e sem firulas. E claro, muita surf-music, um tanto de punk, ecos da Jovem Guarda - e do Rei RC - e um quê de new wave, remetendo até mesmo ao New Order, segundo o próprio Gabriel Thomaz. Todas as músicas ganham volume com barulhinhos, ruídos e distorçõezinhas. Até mesmo uma faixa fofinha como "Música De Amor", parida em parceria com Érika "Penélope" Martins, exibe sujeira suficiente para se manter rock and roll. Ou RRRRRROCK, como a banda prefere. A voz de Simone, à frente em duas faixas, revela um vigor/leveza (!) impensado/a, soando diferente do coro esganiçado de "Nada A Ver".

Enfim, temos letras legais, algumas básicas, outras revelando versos interessantes como: "Será que ter opinião é algum tipo de agressão?/" em "Caso Perdido" - a improvável canção suave que fecha o disco; ou "Para ser o Rei da Implicância/Só me dê importância/E eu serei o sacana-mor/"; e finalmente "Preciso ser alguém/Que outro alguém planeje seqüestrar/" na maravilhosa "Megalomania".

Em resumo: pra cantar e dançar junto. Tudo que eu sei é que não tirei o CD do play.

* Não coloquei a fota do CD porque ela perde muito em PB, já que o azul e o vermelho da capa fazem referência àquelas imagens 3D que a gente só vê com aqueles oclinhos jacus.

Postado por Nery Nader Jr às 10:48

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quinta-feira, maio 13, 2004


É Engraçado...



... ouvir todos os não-curitibanos dizendo que estava frio na Pedreira. Imagine se o show fosse neste fim de semana!
... mas tem crítico que vê uns shows diferentes dos shows que a gente vê lá no meio da galera. Dizer que a massa agitov no show do Ludov e exagerov dos grandes.
... mas foi preciso um show do Pixies pro resto do mundo perceber que a Pedreira é um pusta local para pusta shows.
... mas nenhuma dessas considerações tem a menor importância, porque o importante é ter visto o último show da noite de sábado (ou o primeiro da madrugada de domingo, como queiram).
... mas eu continuo postando sobre Pixies. E qsf.

Postado por Nery Nader Jr às 14:30

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Só Mais Um Postzinho Sobre Pixies (Pela Última Vezinha) E Daí A Gente Promete Mesmo Que Vira O Disco

O show na visão de Abonico R. Smith.
+
O show na visão de Lúcio Ribeiro.
+
Não o show, mas escritos (velhos e) curiosos sobre o trampo da banda na visão do pessoal do Scream & Yell.

Postado por Nego Lee às 12:07

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quarta-feira, maio 12, 2004


Só Mais Um - Acho Eu - Post Falando Do Show Do Pixies (E Daí A Gente Promete Que Muda De Assunto)

O show na visão dele.
+
O show na visão dela.
+
O show na visão do Bastardo (que não conheço, mas que escreveu coisas que fizeram por merecer a inclusão).

Postado por Nego Lee às 17:19

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A Inveja É Uma Eme



Se você é fã do Pixies, mas não foi ao show e conhece alguém que foi, tipo eu, isso deve causar uma certa invejinha, não é mesmo?

Eu, por ter ido ao show, achava que estaria imune a tal inveja, mas aí lembrei que no show do Pixies eu e o Jorge, mais o Jorge do que eu, conversamos com um espanhol que estava viajando pela América do Sul e aproveitou para ver o show em Curitiba. Este mesmo espanhol nos contou que, no dia 28 de maio, ele estará de volta à sua terra, Barcelona, para ver o Pixies de novo, na primeira apresentação européia dos caras.

Realmente, a inveja é uma merda. Mas encontrar um cara no show do Pixies que vai assistir a outro show do Pixies é uma merda muito maior.

Postado por Nery Nader Jr às 16:45

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terça-feira, maio 11, 2004


Curitiba Pop Festival 2004 (Por Alexandre)



Em primeiro lugar, os nossos/meus agradecimentos.

Obrigado, Paulo Baptista, amigo de mais de década, por ter me apresentado Pixies.

Obrigado, Leandro, por trazer a banda pro Brasil e, melhor ainda, pro nosso quintal, quase nossa garagem.

Obrigado, Lila, my baby and wife, por, mesmo febril e em pleno pós-gripe, ter ficado comigo durante (quase) todo o show e por não querer que eu tirasse o pé do gargarejo enquanto você precisava sair pra tomar água - e passar mal, um pouco mais tranqüila, longe da multidão.

E, finalmente, obrigado Frank, Kim, Joey e David, por existirem.

Obrigado. Obrigado.

And now, tudo.

Chegamos eu, WW e Woiski na Pedreira Paulo Leminski, em plena luz do dia, prontos pra maratona. E a maratona veio: doze horas sem sentar, muitas Skol sem parar e algum uísque pra variar. Bônus: baitas gentes pra conversar e grande música pra animar.

Sobre o povo: do mundo blogueiro, amigos reais e virtuais (até então) ou afins, estavam/vi Carcamano e Leleco mais suas respectivas Pots e Mariana, Carla, Robs, Claudião, Gi, Carol, Van, Sil e o valente Rafael Batata (de muletas!). Pena que nada do Nishi. Única ressalva: (alguns d)o resto das pessoas. Indies. Eita, povinho bunda.

Das canções: destaco o Grenade, os Autoramas e a Relespública em shows surpreendentes, exuberantes e impressionantes. E mais: reverencio o trio Wander Wildner + Flu + Frank Jorge em uma apresentação muuuuuito surpreendente, exuberante e impressionante. Mais deles: com cerveja, o melhor som nacional da noite, com direito a muito da carreira solo do bardo gaúcho, pustas covers dos pampas - como "Lugar Do Caralho", do Júpiter Maçã - e os hinos das ex-bandas Graforréia Xilarmônica ("Menstruada"), De Falla ("It's Fucking Boring To Death") e, óbvio pululante, Replicantes ("Surfista Calhorda"). Inesquecível.

Até que um novo dia começou.

Zero hora no relógio. Lights off, nóis on. "Bone Machine" abre o show. Os gordos e carecas do palco umedecem os gordos e carecas da platéia. Em seguida, hits e mais hits vão minando cada vez mais a minha/nossa sanidade. Quer saber qual foi o set list? Procure aqui. Quer saber o que foi o set list? Sinta aqui: no meu coração, exterminado por jatos de adrenalina e ressucitado pelos riffs do filipino. Na hora de "Wave Of Mutilation", por exemplo, o título da música agiu sobre mim. Idem em "Where Is My Mind?". Idem ibidem em "Levitate Me". Desfibrilador aqui, please. Em "Gouge Away", vi gente chorando. Em "Velouria", foi a vez desta gente retribuir o olhar pra mim. E foi assim, com mais uma pá de lindas, limpas e malvadas canções, que os Pixies enterraram definitivamente qualquer show que já tenha passado por estas terras e pedras curitibanas.

Perdi a minha garganta e o meu gás em algum lugar de lá, mas em vez de tatear no chão em busca do que foi, ergo os braços aos céus pra agradecer a benção.

Obrigado, Deus.

Postado por Nego Lee às 11:47

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Curitiba Pop Festival 2004 (Por William Wilson)



Sublimação. Epifania. Catarse. Orgasmo. Ou, em outra palavra, Pixies.

Mas vamos começar do começo. Afinal, dizem por aí que pra fazer gostoso não basta só o gozo. Então, passemos às preliminares e ao intercurso da coisa.

Preliminares: ansiedade total. Nada mais natural, principalmente se levarmos em consideração a conjunção de fatores alheios à minha vontade capazes de me impedir de Teenage Fanclubear na sexta.

O jeito era compensar chegando cedo no sábado, vendo a todos ou quase todos os shows enquanto a cerveja descia macia neste agradável outono curitibano. Vale lembrar a presença do woiski e a ausência do Leleco, que teve de esperar a abertura dos portões de sua casa, já que o desmemoriado esquecera a chave com a esposa.

Meu esquecimento foi menor. Só não lembrei que devia trocar de tênis ao passar em casa. Por conta disso tive que comprar uma super bonder básica pra colar a sola do meu pisante velho de guerra. Mas nada que nos impedisse de entrar (eu e o Alexandre) como um verdadeiro par de vasos, já que usávamos nossas exclusivíssimas e idênticas camisetas do MegaZona, em sua limitadíssima tiragem dupla. Até agora eu não sei porque o woiski mantinha uma distância estratégica da gente.

Antes disso, ainda lá fora, encontramos o bom e velho Jorge, que optou por perder os três primeiros shows, numa tática semi-suicida para conseguir entrar com a Andressa - menor de idade e sob sua (ir)responsabilidade. No final deu tudo certo e a Andressa não só entrou, como trouxe sua amiga Yashica-Fuji-Kodak, que eu suponho também ser menor de idade, já que também estava proibida de entrar. Aliás, espero ver (e postar) alguns desses instantâneos em breve.

Quando entramos o Poléxia arriscava seus últimos acordes diante dos fãs mais doentes dos Pixies, acorrentados há horas diante do palco. Antes, o Tarja Preta já tinha feito seu barulho. Mas não vou poder opinar sobre o som de ambos. Já do subseqüente Grenade eu posso falar do som vigoroso, muitas vezes lembrando o peso e a crueza do Neil Young (rolou até uma competente cover do cara). Mas ainda era dia pra galera cair na folia. O jeito era beber pra refrescar. Só cerveja - pra não repetir a amnésia do CPF anterior. Antes de escurecer por completo ainda rolaram algumas melodias legais, ainda que suaves, do Excelsior. Enquanto isso, Carla e Robs davam o ar da sua graça, acompanhadas pelo Rafael Batata e suas muletas amestradas. O Leleco também já tinha aparecido? Ou foi mais tarde que ele chegou? Malditas cervejas. Acabaram embolando mais do que a minha língua. Carcamano e POT’S também se juntaram logo ao grupo. E a festa estava só começando.

Intercurso: quando a Heidy e a Lila chegaram, a brincadeira começou a ficar divertida. Isso porque os Autoramas já estavam fazendo barulho dos bons, incentivando inocentes pogos - ainda havia espaço para tanto, já que uma grade ainda separava os compradores dos ingressos da primeira e segunda levas - e entoando hinos divertidos como "Carinha Triste" e "Fale Mal De Mim". Show pesado, baixo orgânico (daqueles que a sente dentro do peito) e muita alegria.

Alegria que continuou com o punk-deboche do Pelebrói Não Sei. Bobinho mas divertido como o rock deve ser. O hit "Céu Sem Cor" chacoalhou o povo, enquanto a cover de "Beat On The Brat" dos Ramones remeteu de leve ao show dos finados em tempos idos naquela mesma Pedreira. E de repente caem as grades que separavam os azuis dos laranjas e todos se misturaram e se acotovelaram. Foi a vez do Ludov, o grupelho pop-alternativóide-queridinho-da-vez-da-mídia-especializada. Para mim tudo soou como um engodo. Não engoli, e por isso aproveitei para engolir um sanduba mequetrefe só pra forrar o estômago. Nessas indas e vindas ainda cruzei com o Claudião e também fui (acho) apresentado a Sil, mas temo que o ápice etílico tenha me transformado num equilibrista de copos evasivo-monossilábico. Só posso pedir desculpas tardias. Quanto ao barulho que nos rodeava, acho que era do Relespública, sempre competente e sincero. Depois vieram os recifenses do Mombojó, que pareciam estar se divertindo no palco, ainda que o mesmo não acontecesse na platéia. Tudo muito devagar e cabeça prum festival roqueirão. As também recifenses Mariana do Leleco e sua amiga que minha memória pifada impede de lembrar o nome não chegaram a tempo de ver os conterrâneos, mas acho que se contentaram com o segundo melhor show da noite, onde Wander Wildner, Frank Jorge e Flu detonaram pérolas gauchescas dos Replicantes, Graforréia e De Falla, com direito a "It's Fucking Boring To Death", "Sandinista" e até mesmo uma releitura slow de "Hippie Punk Rajneesh". Aí veio o curto banho de água fria dos Pin Ups, quando a Heidy aproveitou para passar mal, e então o gozo.

Gozo: sublimação, epifania, catarse, orgasmo. Palavras pífias para definir o que foi o show do Pixies. Quando a Heidy (que foi quem me "obrigou" a gostar dos Pixies milênio atrás), já mais ou menos recomposta, e eu tentamos voltar, uma muralha intransponível de gentes nos impedia. Estávamos longe de todos quando uma certa "Bone Machine" fez o impossível e começou a nos levar de volta. Em meio aos espinhos de "Cactus", que a todos fizeram pular, já estávamos novamente em família e pudemos chorar juntos, gritando "Hey", sangrando em "I Bleed" e viajando em "The Holiday Song", até mergulhar na hipnótica "Into The White" e emergir regozijados em "Planet Of Sound". Mas estes não foram os melhores momentos. Tudo foi um melhor momento. Um momento único que me deixou irritantemente sem palavras. Ou, em outra palavra, Pixies.

Postado por Nery Nader Jr às 11:32

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segunda-feira, maio 10, 2004


Orações Do Dia, Do Mês E Do Ano

"Pixies fecham 2ª edição do Curitiba Pop Festival com show histórico" (Folha Online - 09/05/04)
+
"É nói no CPF" (Revista Zero - 10/05/04)
+
"Pixies no Brasil: não é preciso amor para agradar" (MTV Brasil - 10/05/04)

Postado por Nego Lee às 19:21

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Nota De Esclarecimento

Por motivos óbvios* a cobertura completa (completa?) do Curitiba Pop Festival ficou para amanhã. Não perda.

* Ressaca, dores musculares e misteriosos lapsos de memória.

Postado por Nery Nader Jr às 19:12

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sexta-feira, maio 07, 2004


Oração Do Dia Das Mães

"Mãe é o nome de Deus nos lábios e no coração de uma criança." (Eric Draven, em "O Corvo")

Postado por Nery Nader Jr às 17:56

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Mega Comentarista Do Ano - O Post (Já?)

A gente tarda (e muito), mas não falha (quase nunca). O post da promoção das 10,000 visitas, por exemplo, entrou quando já estávamos nas 20,000. Então nada mais justo que a promoção seguinte, das 20,000 visitas (também conhecida pela alcunha de Promoção Mega Comentarista Do Ano), fosse postada agora, quando ultrapassamos a marca dos 30,000 page views.

A vencedora e Mega Comentarista Do Ano foi a Hélen, do extinto Kick Aqui (aliás, não adianta kickar ali, que o blog não mais existe). Seguem nossas divagações sobre o tema, junto com a imagem que a Hélen fez exclusivamente para o post.

*****



"Histórias E Lendas Que Marcaram Nossa Infância" (Por Alexandre)

Era uma vez um negrinho: eu. Um belo dia, pensando bem, não era dia, era noite. Esquece. De novo... Uma noite, há muito tempo atrás... Não, "há muito tempo atrás" não existe; basta só o "há muito tempo", sem o "atrás". Do que eu estava falando? Não, eu não estava falando: estava escrevendo. Do que eu estava escrevendo? Ah, lembrei.

Era uma vez um negrinho: eu. Uma noite, há muito tempo, quando eu era criança pequena, não lá em Barbacena, mas cá em Curitiba, fiquei com vontade de mijar. Ou fazer xixi, como a gente dizia. A gente quem? Quem dizia era eu. Como "eu" dizia. E como eu dizia, fiquei com vontade de mijar no meio da noite. Mas só havia um banheiro em casa. Com o meu irmão dentro, cagando. Ou fazendo cocô, como a gente dizia. Ou melhor, "eu", como você já entendeu. E como você já entendeu, mesmo apertado, eu não podia entrar no Wanderlei Cardoso para mijar - ou... - por causa daquele filho da puta do meu irmão. Ai, mãe, não foi isso que eu quis dizer/escrever. Desculpa, desculpa. E o que fazer? Xixi. Onde? Lá fora. No quintal. Escuro. Sombrio. De dar arrepau no pio.

Contei até 31 e lá fui eu. Me cagando todo de meda e quase me mijando inteiro. Não sei se já falei/escrevi do quintal, mas se não falei/escrevi, falo/escrevo agora: ele era escuro, sombrio, de dar arrepau no pio. E do negrinho, na época com uns 5, 6 aninhos, donde mal se via o pintinho, nem um pum passava no cuzinho. Meda, gente, meda mesma. Foi quando, de repente, ops: me perdi. Espera. Foi quando, de repente, ah: lembrei. Foi quando, de repente, enquanto eu, de membrinho em mãos, tentava fazer o mesmo funcionar para a única serventia da época, vi um negrinho. Não eu: um negrinho. Um negrinho não: outro negrinho. “O” negrinho. Castiçal e vela na mão, clareando o sorriso brancão. Sorriso que não fazia mais nada além de rir pra mim. Ah, corri na hora. Corri mesmo. Me mijando - ou... - por completo no caminho e sem parar até chegar à porta de casa. "O que foi? O que foi?", disse o pai. "O que foi? O que foi", disse a mãe. "Um negrinho, um negrinho!", disse o negrinho. O negrinho eu, no caso, não ele, o outro.

Minha mãe jura até hoje que era o Negrinho do Pastoreio. Meu pai achava que era o Efigênio, filho da vizinha, que devia estar roubando pitanga do nosso pé. Eu não sei. Só sei que eu vi, vi sim.

Fugi do assunto? Fugi sim. Mas ninguém me pega, ninguém me pega.

+



"Histórias E Lendas Que Marcaram Nossa Infância" (Por William Wilson)

Pensei em fechar os olhos pra poder lembrar melhor das histórias e lendas da minha infância, mas mudei de idéia. Vai que pipoca na minha cachola justamente a imagem do Bicho-Papão que morava na casa da minha avó?

Bicho-Papão nunca teve cara, desenho, programa de tv nem nada que o definisse direito. Assim, cada criança criava o seu e convivia com ele até os 7 anos e meio de idade. Claro que com 7 anos e meio você não acredita mais em Bicho-Papão. Só que à noite, quando todas as sombras são pardas e se movem involuntariamente pelo seu quarto, a coisa é diferente.

O meu Bicho-Papão, como já disse, morava na casa da minha avó e só saia de lá para uma assustadinha básica no meu quarto. A casa da minha avó era/é velha, repleta de madeiras rangentes, sotão com muitos quartos e muitas passagens secretas, além de esconder um quartinho escuro embaixo da escada, onde meu avô guardava fumo de rolo, o que deixava aquele micro-recinto com um cheiro forte e acre. Além disso, ali permaneciam por séculos e séculos muitas outras tralhas e caixas, perfeitas para servir de esconderijo pro monstrengo clássico da segunda estrofe da cantiga nana-nenê.

Para mim o tal Papão tinha uma cara de Gugu da Vilá Sésamo, aquele ser verde que morava dentro de um barril e que, para evitar a exclusão dos mais novos, também se parecia com o Mau do Castelo Rá-Tim-Bum, só que mais gordo e menos roxo.

Mas havia uma gosmência maior no Bicho-Papão. Diferente do Gugu ou do Mau, ele gotejava repugnância. Talvez babasse como aquele algo que babava embaixo da cama do Calvin. Mas ele não era um Papão óbvio, capaz de se esgueirar para baixo da minha cama, até porque minha cama sempre teve gavetas que impossibilitavam este clichê do terror infantil. Ele preferia a escrivaninha, ou o guarda-roupas, ou até mesmo um alçapão no teto, que eu nunca soube pra quê servia, mas que sempre achei se tratar de um portal dimensional.

Depois de escrever tanta besteira sobre uma simples lenda da infância, fico aqui pensando na capacidade inata das crianças de conviver com o medo. E não o medo óbvio e bobo dos adultos, que sempre tem justificativa e foco. Falo de um medo ancestral, obscuro, delicioso e aterrorizante capaz de enregelar ossos e se entranhar no nosso âmago pueril, pelo menos até a gente correr pro quarto dos pais e se enfiar no meio deles.

Não sei se as crianças de hoje sentem tanto medo. Parece que não. Afinal, poucos avós têm casas velhas. Poucos quartos tem alçapões, armários embutidos ou árvores ancestrais do lado de fora, esfregando-se na janela nas noites de vendaval. Poucos edifícios têm elevadores com portas pantográficas, que rangem correntes ou ossos enquanto sobem reticentes.

De qualquer forma, ainda existem singelos abajures com que os pais buscam manter o quarto das crianças iluminado, sem desconfiar das formas estranhas que se projetam nas paredes, por conta da luz bruxuleante e soturna. Ainda bem.

Postado por Nery Nader Jr às 10:51

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quinta-feira, maio 06, 2004


Sem Calças?



Não esqueça: o Dia Sem Calças é amanhã.

Postado por Nery Nader Jr às 09:16

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Oração Do Dia

"Para ganhar o céu é preciso se arrepender, e para se arrepender é preciso pecar." (Rasputin)

Postado por Nery Nader Jr às 09:14

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quarta-feira, maio 05, 2004


Pixies, Sempre Pixies



Não sabe a letra daquela música daquele disco dos Pixies?

Nós temos a solução.

Postado por Nery Nader Jr às 14:14

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terça-feira, maio 04, 2004


Pais & Filhos



Ele reclinou a cabeça na poltrona alta e sóbria, tomando outro gole do café forte e com pouco açúcar, enquanto simulava interesse no falatório moroso do pai de Isabelle. Disfarçadamente olhou no relógio. Mais de meia hora. Que diabos esta menina está vestindo, um traje de balé sobre um escafandro?

- Porque na política, os desastres naturais e o preço do pãozinho d'água influem na velocidade dos novos carros de Fórmula 1.

Agora ele nem ouvia mais o pai dela. Pescava apenas algumas palavras. Ela disse que estaria pronta quando ele chegasse. Puta... Se não fosse tão gostosa...

- Prontinho. Demorei?

Claro que demorou, sua vaca!

- Não, eu estava aqui numa conversa tão interessante com o seu pai que nem vi o tempo passar.

- Bom, é melhor vocês continuarem a conversa no carro.

- Quê ?!?

- Ué, não te falei que o papai vai junto com a gente ao cinema? Ele adora filmes de terror.

Ele deve adorar motéis também, não é? Por acaso ele vai com a gente até lá também? Foi quando ele se ligou. Com o pai dela indo junto, adeus motel, adeus peitinhos durinhos, coxinhas grossas, felação, coito e sabe-se lá mais o quê.

- Só que o governo não sabe que os jogadores da seleção na verdade são bissexuais durante os recessos bancários.

O velho não parava de falar. Ele, mais do que nervoso, acelerava como louco. Isabelle se agarrava no banco traseiro. Aqueles biquinhos durinhos, esperando suas mordidinhas. Cacete! Como vou me livrar deste velho féladaputa!

O Ataque dos Terríveis Carniceiros Ninja e Suas Endiabradas Serras Elétricas Mutantes no Convento das Freiras Lésbicas Vampiras. Esse era o filme do cine I. Nosso Amor Mela-Cueca estava no cine II.

- Querida, mudei de idéia. Vamos ver o romance do cine II.

- Eu não vou ver essa história água-com-açúcar.

Isso mesmo, velho retardado. Vai ver sangue, vai.

- Eu também não.

- Mas Isabelle...

- Nós já vimos este filme.

Caralho!

- Duas.

- Três, querido. Ou não quer pagar a do papai?

Inacreditável. Só falta o babão sentar entre a gente no cinema.

E sentou... cheio de pipoca, coca e elma chips. E o filme começa. Começa na selva do Camboja, onde são criadas, em cativeiro, as terríveis serras elétricas. De repente... sangue. E arroto. Êita velho porco. O filme começa a se perder numa sangueira sem fim. Isabelle se encolhe de medo. Era o momento de abraçá-la, enfiando a mão entre as pernas e brouuph! Outro arroto.

Finalmente o sangue sobe e ele se levanta, desferindo um belo soco na fuça do velho cacareca. Alguém grita. As luzes se acendem. Ele pega a cabeça do "papai" e a estraçalha contra a poltrona da frente. Alguém alcança um canivete. Furos na barriga. Mais sangue. Gritos, aplausos, euforia. O velho desmonta-se, mortinho da silva. Isabelle se aproxima temerosa e ele a beija. Suas mãos deslizam pelo corpo macio e bem torneado daquele tesão de mulher.

- Querido, acorda! Você perdeu todo o filme.

- E que filme, garoto. Lembrou-me uma hérnia de disco durante a inseminação artificial que o governo Medici proporcionou na Copa de 74.

Ele não abriu a boca durante todo o trajeto de volta e nem beijou Isabelle na inevitável despedida. Eram 11:15 e talvez Morgana ainda estivesse em casa. Mora sozinha, gosta de sexo, sabe como é. Voou pra lá.

- Que surpresa... entre, entre. Venha conhecer o meu pai, que tá passando o fim-de-semana aqui em casa.

Ele preferiu as escadas. O elevador poderia demorar muito.

Postado por Nery Nader Jr às 11:35

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TPM virtual. (Com som).

Postado por Nego Lee às 00:02

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segunda-feira, maio 03, 2004


Mais Do Mesmo



Não sei se eu já comentei com vocês, mas no sábado o Pixies toca na cidade dentro do Curitiba Pop Festival. Se você quer saber o que pode rolar no palco, confira aqui os set lists dos shows dos caras feitos em 2004.

No mais, lembre sempre:

"With your feet in the air
And your head by the ground
Try this trick and spin it, yeah
Your head will collapse,
And there's nothing in it
And you'll ask yourself:
WHERE IS MY MIND? (...)"

: )

Postado por Nego Lee às 18:11

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Gosta de museus? Visite então o Vomitus Maximus Museum.

Postado por Nery Nader Jr às 14:58

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